quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Como vai o projecto AfroCura?



Como já dissemos anteriormente, uma das partes do nosso projecto inclui a criação de um jardim botânico. É neste aspecto que estamos a centrar a nossa atenção neste momento, e foi precisamente no âmbito da obtenção de uma melhor noção do que é e de como funciona um jardim do género, que visitámos nos passados dias 11 e 18 de Janeiro o Jardim Botânico da Universidade de Lisboa e o Jardim Botânico Tropical.
Começamos já a trabalhar na informação que conseguimos recolher e já temos ideias mais objectivas do que pretendemos que seja o nosso Jardim.



Tal como nos aconselhou a Dr.ª Alexandra Escudeiro qualquer projecto deve ter um plano A, um plano B, e se possível ainda um plano C. Um plano A para que tenhamos a possibilidade de sonhar; um plano B para a feliz possibilidade de termos orçamento suficiente; mas ainda um plano C para termos alguma possibilidade de sucesso ainda que “tudo” corra de forma adversa aos nossos planos iniciais.



Nós projectamos um Jardim moderno, e que contenha no mínimo quatro componentes:
• uma vertente científica
• uma vertente educativa
• uma vertente de conservação
• uma vertente de lazer.



Entre todas, a vertente a que daremos maior ênfase é sem dúvida a vertente científica (já que todo o projecto se baseia na investigação científica em prol de avanços na área da medicina). Contudo, As restantes vertentes também serão tidas em conta no nosso espaço.



À semelhança do que acontece na maioria dos outros Jardins, a vertente de lazer existirá (não só… mas também muito) por uma questão de sobrevivência. É nova nos Jardins Botânicos universitários mas a sua presença nos Jardins reais sempre teve grande peso.



A valorização e preservação da flora são questões de interesse público. Daí o nosso interesse na vertente de conservação no nosso trabalho.



Qualquer que seja o tamanho do terreno de que iremos dispor, as espécies que nele que forem plantadas farão parte da nossa “colecção”. Incluímos no nosso projecto a existência de viveiros e de estufas de trabalho, mas também tencionamos ter estufas de exposição: estas permitem que hajam visitas mesmo em tempos adversos, sendo que quando estiver frio e/ou muita chuva a estufa quente será um local agradável para se estar, o mesmo acontecendo em relação à estufa fria em tempo quente.



Falando em estufas (!!!): estamos também já a elaborar a lista das espécies que iremos tentar incluir na nossa colecção. Sabemos que certas espécies alteram o seu princípio activo em condições que não são as suas naturais, então teremos de ter muito cuidado na escolha das espécies; estas terão de obedecer a certos critérios como as condições que teremos para as acolher, os recursos que esperamos ter, a variedade de patologias que iremos estudar, a sustentabilidade quer do ponto de vista ecológico como do ponto de vista realista…



A organização do nosso Jardim é uma questão muito pertinente. Hoje em dia há a tendência de os jardins botânicos estarem organizados ecologicamente, segundo os biomas a que pertencem. Tendo em conta que se tratará de um jardim botânico de plantas medicinais estivemos a pensar organizar as espécies consoante o seu uso. No entanto ao analisar as diversas espécies reparamos que normalmente as plantas não têm apenas um uso, e pelo menos um deles costuma convergir com o de outras completamente diferentes, digo de ambientes naturais diferentes, e agrupar plantas de ambientes distintos será muito complicado…



Ter zonas temáticas relacionadas com o país de origem também já foi pensado, mas igualmente outras questões contra se colocam. Talvez mais nos vai valer partir do funcionamento do Jardim e não dos benefícios das plantas no homem.



De qualquer modo ideamos exposições temporárias onde poderemos agrupar por exemplo, “as plantas calmantes”, “as plantas estimulantes”, “as plantas que ajudam a baixar a febre”, e assim por diante…



Estivemos a procurar por Odivelas a melhor localização para o nosso centro. Temos preferência por um terreno plano, pois estes são mais fáceis de trabalhar; implicam menos custos na sua construção, menos riscos de erosão, maior simplicidade para a projecção e construção, maior facilidade para a deslocação no terreno (sobretudo para visitantes com problemas de locomoção), entre outras razões.



Tudo isto e ainda não falámos na vertente educativa do nosso projecto. Última a ser referida, porém não menos importante, já que a ciência só faz sentido se for partilhada, se os seus resultados forem publicados e se os conhecimentos adquiridos forem transmitidos.



Por sua vez a ciência de investigação tem realmente mérito se for consequente e se podermos usufruir dela de algum modo: a Ciência deve ser dirigida ao bem de todos os povos! Citando a Dr.ª Alexandra Escudeiro, “saber partilhado é um saber multiplicado”.



Um Jardim Botânico de plantas ligadas à saúde tem um potencial enorme de bem estar. Capacita as pessoas a terem uma melhor qualidade de vida.
E o próprio saber não se esgota. Quanto mais partilharmos o saber, mais visitantes (satisfeitos) teremos, e haverá sempre público. Todo o nosso projecto é em prol da abertura do conhecimento e do saber, a toda a gente que se mostre disponível a adquiri-lo.



Apesar das várias decisões já tomadas tentaremos manter o nosso projecto com a capacidade de evoluir. Estamos a marcar alguns estádios para tomadas de decisões, que facultem a possibilidade de ajustes que sejam necessários.



Sempre que tomarmos alguma decisão pertinente os visitantes do nosso blog serão os primeiros a saber.




Boa sorte, felicidades, e muitos votos de saúde para si a para toda a sua família!!! :)

2 comentários:

  1. Olá Afrocura, lemos este vosso post, e estão com dificuldades a arranjar um terreno plano em Odivelas, penso que a Equipa BetaHouse vos possa auxiliar neste aspecto.

    Pelo que nos foi instruido recentemente, é mais útil e ecológico construir em terreno que já esteja ocupado, talvez um espaço degradado e que ninguém use, uma espécie de reabilitação, pois ao se estar a construir em terreno "virgem" por assim dizer, estamos a prejudicar a natureza e a destruir mais um dos poucos espaços verdes que temos.

    A Equipa BetaHouse despede-se assim, preocupada com a ecologia, e deseja-vos boa sorte com o vosso projecto, Cumprimentos.

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  2. olaa! boa sorte ai no vosso projecto se precisarem de alguma ajuda estarei disponivel ;) hugo

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